RODA DE CONVERSA: “Assédio sexual não é um problema individual, mas coletivo”, diz defensor público

Base Aérea e DPE realizam conversa sobre assédio sexual no ambiente de trabalho 

A Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR), por meio do defensor público, Frederico Cesar Leão, e da defensora chefe da Defensoria Especializada e Promoção e Defesa dos Direitos Mulher, Terezinha Muniz, receberam o convite da Base Aérea de Boa Vista, para falar sobre assédio sexual no ambiente de trabalho, em roda de conversa para homens e mulheres da Guarnição de Aeronáutica de Boa Vista-RR.
O encontro ocorreu na manhã desta sexta-feira (19), no auditório da Base Aérea, e contou com a participação de mais de 80 militares da guarnição. O momento foi importante para os participantes pudessem esclarecer dúvidas sobre as implicações jurídicas, os direitos e a prevenção do assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.
A roda de conversa teve intuito de fomentar a conscientização e a sensibilização dos militares para atividades que elevem à questão de políticas dos direitos humanos no trabalho.
De acordo com a defensora Terezinha Muniz, a ideia é trazer reflexões sobre a temática discutida.
“Estamos em uma organização extremamente hierarquizada e com disciplinas rígidas. Poder contar com o apoio do efetivo da base - para oferecer informações que viabilizem a identificação de situações caracterizadoras de assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho - é um grande começo”, destacou Muniz.
O defensor público, Frederico Cesar Leão, falou sobre as especificidades do assédio moral e sexual, de como acontece, quem são os principais alvos, reação da vítima, além das implicações jurídicas. Segundo ele, as condutas dessa prática precisam ser eliminadas, não só por meio de conscientização de um indivíduo, mas por todo um efetivo.
“Assédio sexual não é um problema individual, mas coletivo, uma conduta violadora de direitos, que pode trazer consequências irreparáveis, além de abalar toda uma estrutura social. Não queremos impor medo ou regras, mas contribuir para a eliminação dessas práticas”, ressaltou o defensor.
Conforme a tenente e assistente social, Tatiana Soares Barroso, abordar a temática em um ambiente que é predominante masculino é essencial para conscientização do efetivo sobre o assunto.
“Às vezes a hierarquia pode influenciar na questão do assédio no trabalho. Agradeço a oportunidade de ouvir e entender e refletir sobre o assunto. Esse é o foco, porque muitas das vezes uma pessoa que sofre assédio não sabe como e nem a quem recorrer, e estamos aqui para acolher e trabalhar isso. Agradeço a Defensoria por este momento”, encerrou Tatiana.

 

 

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