LEVANTAMENTO DE DADOS: DPE-RR participa da criação de Observatório da Violência contra a Mulher em Roraima

Projeto é desenvolvido pela UFRR; o objetivo é unificar dados sobre a violência contra a mulher no estado.

FOTO: ASCOM/DPE

Cada organização tem um dado e a divergência é enorme ao juntar esses números. Acredito que, a partir dessa união de esforços, a gente consiga mais possibilidades de capacitação, além de obter esses dados”, diz a defensora Terezinha

A Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR), por meio da Defensoria Especializada de Promoção e de Defesa dos Direitos da Mulher (DEPDDM), passou a integrar o Observatório da Violência contra a Mulher. O lançamento deve ocorrer em dezembro deste ano. Nesse momento, o grupo responsável tem buscado o maior número de parceiros que atuam na rede de proteção estadual. 

A iniciativa surgiu como projeto de extensão do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e pretende observar e mapear o fenômeno da violência sob uma perspectiva interseccional, considerando gênero, classe e raça, no contexto amazônico.

A DEPDDM vai atuar no projeto como instituição pública fonte de informação disponível e acessibilidade de dados das múltiplas violências contra a mulher, também contribuirá com palestras de educação em direitos e projetos voltados às mulheres, além do fornecimento dos dados.

Assim como a Defensoria, o Observatório também conta com apoio da Casa da Mulher Brasileira, o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), Polícia Militar de Roraima, Núcleo de Mulheres de Roraima (Numur) e entre outros.

De acordo com a Defensora Terezinha Muniz, titular da DEPDDM, a unificação dos dados dos órgãos, que atuam diretamente na defesa e acolhimento da mulher vítima de violência, vai tornar os números do estado mais confiáveis, precisos e acessível ao público.

“A criação desse Observatório representa um ganho tremendo no movimento de defesa dos direitos da mulher. Cada organização tem um dado e a divergência é enorme ao juntar esses números. Acredito que, a partir dessa união de esforços, a gente consiga mais possibilidades de capacitação, além de obter esses dados”, disse a defensora.

Outro ponto relevante do programa é a perspectiva interseccional, considerando gênero, classe e raça. “O que permitirá conhecer a complexidade das identidades e das desigualdades em perspectiva profunda e integrada”, mencionou.

O programa de extensão é coordenado pela professora Luziene Parnaíba, da UFRR. Ela explica que a Defensoria Pública ajudará na construção do perfil das vítimas no estágio inicial do atendimento.

“Nós acreditamos que essa parceria com a Defensoria vai nos trazer uma informação mais ampliada dessas mulheres que são vítimas de violência no estado, para além dos números. Quem é essa mulher, como é essa mulher, qual a nacionalidade dessa mulher, a situação econômica”, complementou.

A professora ressaltou que o programa de extensão produzirá seus dados em diferentes eixos: violência doméstica e feminicídio; feminização das migrações e tráficos de mulheres; violência obstétrica; e mulher, garimpo e meio ambiente.

Também a defensora pública, Jeane Xaud, participará do programa como parceira e capacitadora, integrando a equipe de trabalho externo. Ela é mestra em Sociedade e Fronteiras pela UFRR (Universidade Federal de Roraima), coordenadora da Comissão da Mulher da ANADEP e membra da Comissão Étnico Racial da ANADEP.

ESPECIALIZADA DA MULHER: Instituída em 2019, a Defensoria Especializada de Promoção e de Defesa dos Direitos da Mulher (DEPDDM) atua nas dependências da Casa da Mulher Brasileira e faz parte da Rede Estadual de Atenção à Mulher.

A Especializada presta assistência judicial e extrajudicial a mulheres em situação de violência doméstica e familiar. A Lei Maria da Penha não contempla apenas os casos de agressão física, também estão previstas as situações de violência psicológica, sexual, patrimonial e moral.

 

Top