CONTRA A COVID-19 DPE e ASGORR unem forças para inclusão de grávidas e puérperas sem comorbidades no plano vacinal

Roraima já registrou 25 mortes de grávidas por Covid-19 durante a pandemia

Após estado e município de Boa Vista recusarem atender a recomendação da Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR), de incluir novamente grávidas e puérperas sem comorbidades no plano de vacinação contra a Covid-19, a Defensoria Especializada de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (DEPDDM) se reuniu com a Associação de Ginecologia e Obstetrícia de Roraima (ASGORR) para alinhar estratégia de modo a solicitar efetiva prioridade de inclusão dessas mulheres nos planos, estadual e municipais, para a vacinação contra a Covid-19. 

A Associação, apoiada pela DPE-RR, emitiu, nessa segunda-feira (28), uma Nota Técnica que esclarece que a infecção pela Covid-19 em gestantes e puérperas está associada a risco elevado de morbidade e mortalidade materna, além de prematuridade e óbito fetal, ou seja, nada relacionada aos efeitos da vacina.

Assim, a NOTA TÉCNICA, enviada ao estado e aos demais municípios, recomenda que todas as gestantes e puérperas, com e sem comorbidades, sejam vacinadas, inclusive, as pacientes adolescentes que, lamentavelmente, ostentam as mais altas taxas de mortalidade materna por Covid na gravidez, na adolescência no Brasil.

Dados encaminhados à DPE-RR pela Coordenação-geral de Vigilância em Saúde do Estado demonstram a ocorrência de 25 óbitos de grávidas por Covid desde o início da pandemia e 367 grávidas e puérperas contaminadas pelo vírus. Quanto a imunização, o estado apresenta um total de 86 gestantes e puérperas vacinadas, conforme relatório da Vigilância do dia 15 de junho de um total de 5.593 grávidas notificadas pela Saúde Estadual, o que é preocupante, pois os dados não representam nem 10% das grávidas com comorbidade a serem vacinadas no estado. Esses dados foram base das justificativas para a elaboração da Nota Técnica que orienta a urgência da imunização

Segundo a defensora pública Terezinha Muniz, chefe-titular da DEPDDM, a parceria com a ASGORR foi fundamental tanto se reunir com as representantes das Coordenações de Vigilância em Saúde, Estadual e Municipal, na semana passada, quanto na publicação da Nota Técnica. “Solicitamos, na reunião, que fosse instalada uma sala ou ponto de vacinação, exclusiva para vacinação de grávidas com comorbidades, no Centro de Referência da Saúde da Mulher, pois, essa iniciativa irá acelerar a vacinação das grávidas com comorbidades e o estado alcançaria a meta de vacinação antes de qualquer outro estado do Norte”, ressaltou.

A presidente da ASGORR, Eugênia Glaucy, também, integrante da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), enfatiza que a vacinação deve ser realizada em caráter emergencial, haja vista o elevado e crescente número de mulheres grávidas que estão indo a óbito no Estado. “Nós estamos pedindo vacina espontânea de gestantes, incluindo as gestantes adolescentes e puérperas sem a necessidade de laudo médico, uma vez que a própria condição delas aumenta o risco para o coronavírus”, explicou Eugênia.

 NOTA TECNICA DA ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRICIA DE RORAIMA BASEADA NA NOTA TECNICA DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS SOCIEDADES GINECOLOGIA E OBSTETRICIA QUE SE REFERE A VACINAÇÃO DE GESTANTES E PUERPERAS CONTRA O SARS-CoV-2 Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Programa Nacional de Imunizações (PNI) orientaram interromper temporariamente o uso da vacina AstraZeneca-Oxford/Fiocruz contra o SARSCoV-2 em gestantes e puérperas. Mantiveram a continuidade da vacinação para gestantes e puérperas com comorbidades utilizando outras vacinas já aprovadas para uso no Brasil, produzidas pela Sinovac/Butantan (Coronavac®) e pela Pfizer/BioNTech (Comirnaty®). Neste mesmo documento suspenderam temporariamente a vacinação de gestantes e puérperas sem comorbidades. Diante destas informações a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), pondera: Dados epidemiológicos  Na análise dos dados públicos do SIVEP GRIPE houve aumento importante da mortalidade materna por Covid-19, no Brasil, sendo notificados até o dia 02 de Junho de 2021, 455 casos em 2020 e 814 em 2021, o que representa 10 mortes maternas por semana em 2020 e 38 mortes maternas por semana em 2021.  Na comparação entre os anos 2020 e 2021, a mortalidade materna semanal aumentou em 283% e a mortalidade da população geral aumentou em 105%, confirmando os achados do CDC de que gestantes constituem grupo de maior risco de intubação orotraqueal, de internação em Unidades de Terapia Intensiva e de óbito.  Na análise local foram registrados 24 óbitos maternos em Roraima somente no ano de 2021.  Segundo os registros da Vigilância em saúde do Estado de Roraima, somente 71 mulheres gestantes foram vacinadas, dentre delas estão situadas jovens e adolescentes. Roraima é o estado brasileiro que apresenta a maior taxa de fertilidade na adolescencia, 118/1.000 (DATASUS,2019). Sobre a suspensão DRA EUGENIA GLAUCY MOURA REBELO CRM: 176 RQE: 287 PRESIDENTE DA ASGORR  A suspensão da vacina AstraZeneca-Oxford/Fiocruz é resultado do monitoramento e vigilância de eventos adversos com as vacinas COVID que estão sendo utilizadas no Brasil;  Após o recebimento de notificação de um caso de TTS (Síndrome de Trombose com Trombocitopenia) com possível associação causal com a vacina AstraZeneca-Oxford/Fiocruz no estado do Rio de Janeiro, o caso foi avaliado pela Câmara Técnica Assessora em Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos (CTAFAVI), e as vacinas com vetor viral passaram a não ser permitidas para gestantes e puérperas. Vacinas hoje recomendadas para gestantes e puérperas  Nenhuma das vacinas em uso atualmente, tanto no Brasil como no mundo, incluiu gestantes nos estudos de fase 3;  As vacinas Sinovac/Butantan (Coronavac®) e Pfizer/BioNTech (Comirnaty®), disponibilizadas para as gestantes no Brasil, são de categoria B (nos estudos realizados em animais não foram observados efeitos teratogênicos);  A vacina Coronavac©, de vírus inativado, é produzida com tecnologia semelhante às atualmente ofertadas para gestantes no calendário para esse grupo no PNI;  A vacina Comirnaty® utiliza uma plataforma inovadora, de RNA mensageiro. Nos EUA, onde foi recomendada para gestantes de risco, os dados de monitoramento publicados até o momento, demonstram segurança de seu uso nessa condição, confirmada por recentes publicações. Recomendações atuais A FEBRASGO e a Associação de Ginecologia e Obstetricia, reforça que a infecção pela Covid-19 em gestantes e puérperas está associada a risco elevado de morbidade e mortalidade materna, além do maior risco de prematuridade e óbito fetal. Diante do expressivo aumento da mortalidade materna no Brasil e dos dados e estudos disponíveis atualmente, recomenda que:  As gestantes e puérperas incluídas nos grupos prioritários definidos peloPNI que ainda não sejam vacinadas deverão ser imunizadas de acordo com cronograma do PNI e do seu município, devendo ser imunizadas utilizando vacinas coronavac ou Pfizer ,mantendo a continuidade da vacinação neste grupo de gestantes; DRA EUGENIA GLAUCY MOURA REBELO CRM: 176 RQE: 287 PRESIDENTE DA ASGORR  Para receberem a vacina, as gestantes sem comorbidades devem precisar apresentar somente cartão de pré-natal comprovando sua gestação atual ou, no caso de serem puérperas, comprovação do parto por documento de registro de alta hospitalar ou certificado de nascimento, sem necessidade de nenhum relatório específico.  Especificamente para o Estado de Roraima a Associação de Ginecologia e Obstetrícia de Roraima recomenda que todas as gestantes e puérperas sejam vacinadas com e sem comorbidades incluindo as pacientes adolescente que, lamentavelmente, ostenta as mais altas taxas de mortabilidade materna por Covid de gravidez na adolescencia no Brasil.

 

ASCOM DPE

 

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